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Comunicação Escrita nas Empresas
O uso adequado da língua escrita no ambiente corporativo requer planejamento, perseverança e controle. Publicado em Sun May 17 18:21:00 UTC 2009 - Edição 554
Todas as empresas e instituições utilizam a comunicação escrita como uma ferramenta de trabalho e de comunicação. Conforme a área de atuação, variam o modo e a intensidade desse uso. Nesse sentido, fala-se, tradicional e genericamente, de “língua portuguesa”, mas se oculta o conveniente recorte profissional que é preciso considerar para seu adequado emprego cotidiano. Como e para que uso a língua profissionalmente? — seria a pergunta a ser respondida. Feito esse recorte pragmático, focado o “problema”, criam-se as condições de resposta e planejamento.
Geralmente, os gestores, atentos às questões técnicas e, portanto, ofuscados pelo conteúdo de suas respectivas áreas, tendem a negligenciar e a subestimar o código linguístico ou, noutras palavras, a própria língua enquanto mediadora de mensagens e instrumento de comunicação. Uma das razões dessa quase que involuntária negligência é muito simples: esquece-se que a língua escrita é completamente artificial, cheia de convenções (a exemplo da ortografia) e portadora de uma visibilidade que faz ressaltar seus erros e suas falhas. No entanto, como qualquer outro recurso, a língua precisa ser continuamente trabalhada, sobretudo em sua feição pública e impressa. Cumpre ressaltar que a escrita, como qualquer tecnologia, requer um razoavelmente longo aprendizado e um esforço adicional a cada momento de uso.
Se olharmos com atenção para nossos processadores de texto, temos algumas pistas do que é preciso treinar e conhecer. Lá estão ícones como “copiar”, “colar”, “cortar” e o tantas vezes esquecido corretor ortográfico, sem falar em “botões” de tradição tipográfica, como “fonte”, “negrito”, “itálico”, entre outros. Ou seja, o nome barra de ferramentas é extremamente exato e oferece um menu de recursos a serem convenientemente explorados. Esse, poderia ser dito, é o viés mecânico-tecnológico que nos faz recordar aquela artificialidade e aquele esforço acima mencionados. O complicador, porém, é o viés subjetivo que faz de cada usuário uma espécie de único e exclusivo senhor da língua. Mas o bom senso nos diz para deixarmos de lado — pelo menos profissionalmente — os caprichos e a vaidade das escolhas pessoais.
Escreve-se em formas ou gêneros, e cada qual tem suas regras, seja uma carta comercial, seja um relatório ou mesmo um simples bilhete. Quem muitas vezes é ótimo num gênero pode ser simplesmente incompetente em outro, da mesma forma que um bom prosador não é necessariamente um bom poeta... Não por acaso — mas justamente por existirem tais formas fixas — é que é frequente haver manuais específicos, distinguindo convencionalmente o que deve e o que não deve ser feito em cada caso.
O estilo é o homem? Esqueça. O estilo, grosso modo, é o que exige cada circunstância profissional. E, para complicar, não se aprende do dia para a noite. Manuais, cursos e leitura ajudam bastante, mas o fundamental é a prática e o monitoramento, embora seja quase certo que estes últimos venham acompanhados de uma típica impaciência. À clareza e à concisão, ninguém chega num passe de mágica. Eis o desafio da comunicação escrita no mundo corporativo: dispor, como qualquer outra meta empresarial, de um planejamento e de uma boa dose de perseverança e controle.
Geralmente, os gestores, atentos às questões técnicas e, portanto, ofuscados pelo conteúdo de suas respectivas áreas, tendem a negligenciar e a subestimar o código linguístico ou, noutras palavras, a própria língua enquanto mediadora de mensagens e instrumento de comunicação. Uma das razões dessa quase que involuntária negligência é muito simples: esquece-se que a língua escrita é completamente artificial, cheia de convenções (a exemplo da ortografia) e portadora de uma visibilidade que faz ressaltar seus erros e suas falhas. No entanto, como qualquer outro recurso, a língua precisa ser continuamente trabalhada, sobretudo em sua feição pública e impressa. Cumpre ressaltar que a escrita, como qualquer tecnologia, requer um razoavelmente longo aprendizado e um esforço adicional a cada momento de uso.
Se olharmos com atenção para nossos processadores de texto, temos algumas pistas do que é preciso treinar e conhecer. Lá estão ícones como “copiar”, “colar”, “cortar” e o tantas vezes esquecido corretor ortográfico, sem falar em “botões” de tradição tipográfica, como “fonte”, “negrito”, “itálico”, entre outros. Ou seja, o nome barra de ferramentas é extremamente exato e oferece um menu de recursos a serem convenientemente explorados. Esse, poderia ser dito, é o viés mecânico-tecnológico que nos faz recordar aquela artificialidade e aquele esforço acima mencionados. O complicador, porém, é o viés subjetivo que faz de cada usuário uma espécie de único e exclusivo senhor da língua. Mas o bom senso nos diz para deixarmos de lado — pelo menos profissionalmente — os caprichos e a vaidade das escolhas pessoais.
Escreve-se em formas ou gêneros, e cada qual tem suas regras, seja uma carta comercial, seja um relatório ou mesmo um simples bilhete. Quem muitas vezes é ótimo num gênero pode ser simplesmente incompetente em outro, da mesma forma que um bom prosador não é necessariamente um bom poeta... Não por acaso — mas justamente por existirem tais formas fixas — é que é frequente haver manuais específicos, distinguindo convencionalmente o que deve e o que não deve ser feito em cada caso.
O estilo é o homem? Esqueça. O estilo, grosso modo, é o que exige cada circunstância profissional. E, para complicar, não se aprende do dia para a noite. Manuais, cursos e leitura ajudam bastante, mas o fundamental é a prática e o monitoramento, embora seja quase certo que estes últimos venham acompanhados de uma típica impaciência. À clareza e à concisão, ninguém chega num passe de mágica. Eis o desafio da comunicação escrita no mundo corporativo: dispor, como qualquer outra meta empresarial, de um planejamento e de uma boa dose de perseverança e controle.