Veja por autor
Endividamento na contramão da produtividade
Termômetro ÁgilisRH revelou que finanças pessoais dos empregados é ponto de atenção nas empresas, mas poucas oferecem orientação financeira. Publicado em Sat Dec 19 21:49:00 UTC 2015 - Edição 898O estresse causado pela desorganização das finanças pessoais pode estar entre as motivações da queda da produtividade entre os profissionais, uma vez que, preocupado com o pagamento das contas, o empregado se dedica menos ao trabalho. Empresários e gestores de empresas pernambucanas ainda estão começando a atentar para esse problema, que tende a ficar mais evidente em tempos de crise econômica. A 10ª edição do Termômetro ÁgilisRH, pesquisa realizada pela ÁgilisRH, integrante da Rede Gestão, investigou como as organizações estão trabalhando a questão e de que forma os profissionais estão adequando suas finanças neste momento de instabilidade.
O estudo, elaborado a partir das respostas de mais de 130 entrevistados, entre sócios, gestores, área de RH e profissionais das equipes, apontou que a grande maioria das empresas (63,9%) está buscando prevenir os seus empregados contra possíveis dificuldades que a organização pode vir a passar diante do cenário econômico, ressaltando os impactos sobre as remunerações e os benefícios. O debate sobre a crise em reuniões para discussão de alternativas de enfrentamento também figurou entre as respostas mais citadas (56,4%).
Sobre as ações de apoio à equipe, a maioria dos líderes respondeu que as empresas estão buscando escutar e orientar seus profissionais através dos gestores das áreas (48,7%). O empréstimo direto ao empregado foi a segunda alternativa mais lembrada (21%), seguida do estabelecimento de convênios com instituições financeiras de crédito consignado (19,3%). Para Eline Nascimento, consultora e sócia da ÁgilisRH, o resultado da pesquisa revela que as empresas estão preocupadas com a questão, mas que ainda existe um certo tabu de que não se pode interferir nas questões pessoais do profissional.
“Nós observamos que muitos gestores ainda não entendem essa orientação como seu papel, mas é fundamental que eles compreendam como a dificuldade de ordenamento financeiro de suas equipes pode interferir na produtividade e no clima organizacional, com possibilidade de aumento de acidentes de trabalho por desatenção, por exemplo. Isso exigirá um diálogo maior sobre esse tema", destaca Eline. Observa-se ainda que apenas 6,1% dos entrevistados apontaram a promoção de treinamentos sobre orçamento doméstico para seus empregados pelo RH como uma alternativa.
“A melhor solução é orientar, porque o empréstimo elimina a pressão momentaneamente, mas não resolve definitivamente o problema. Por isso, o RH deve trabalhar mais com foco na orientação e menos com mecanismos para aumentar o endividamento. O importante é tratar a causa em vez do sintoma”, explica Georgina Santos, também sócia da ÁgilisRH, ressaltando que o empregado pode não pagar o que deve e ficar ainda mais endividado, principalmente no momento econômico em que estamos vivendo.
Os profissionais também foram perguntados sobre alternativas que estão adotando em sua vida pessoal para enfrentar o momento econômico difícil e ordenar suas finanças. A venda de bens para pagar dívidas e a contratação de crédito consignado foram as ações com menor porcentagem de escolha (0,8% e 1,5%, respectivamente). Entre as alternativas mais citadas pelos entrevistados estava a escolha por opções mais baratas de lazer (75,9%) e a redução de serviços pessoais como TV por assinatura, cuidados com a beleza, entre outros (63,9%). Esses dados são animadores já que, segundo Georgina, empréstimo só deve ser uma opção para atender a situações específicas, como um caso de doença na família, por exemplo, e não para bancar despesas do dia a dia. Um item que aparece em 5,9% das respostas aponta para o uso do rotativo do cartão de crédito. Para Georgina, esta deveria ser a última opção, já que os juros são elevadíssimos e a dívida se transformaria numa bola de neve.
“Entendemos que o RH das empresas pode dar suporte aos seus profissionais, seja com orientação, treinamento ou assessoramento. Essa deve ser uma ação constante e que terá reflexos não só no momento atual, mas em qualquer época”, ressalta Eline Nascimento. Na prática, as organizações só têm a ganhar ao oferecer orientação financeira aos seus empregados, pois, além de se tornarem mais produtivos, tendem também a ser mais conscientes com os gastos dentro do ambiente de trabalho.
Dica Importante 1
Cuidado nas festas de final de ano
Natal e ano-novo chegando, muitos planos e comemorações na agenda, entre elas a festa de confraternização da empresa. Para aqueles que acham que a festa de fim de ano é mais uma oportunidade para beber e comer bem e de diversão sem limites, cuidado. Pode não parecer, mas a ocasião pode ser uma verdadeira armadilha para o profissional. Apesar de ela acontecer, na maioria das vezes, fora do ambiente de trabalho, não deixa de ser um momento delicado, já que envolve pessoas que trabalham na mesma empresa, inclusive chefes e diretores. Portanto, não é o momento certo para excessos. Um comportamento inadequado, uma roupa extravagante ou exageros no consumo de bebidas alcoólicas podem ser determinantes para que o funcionário passe a ser malvisto na empresa. Em contraponto, um comportamento adequado, condizente com as regras da empresa, somado a uma conversa agradável com o superior, pode contar pontos a seu favor.