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Finanças Pessoais e Empregabilidade
Administrar bem seu orçamento doméstico é uma habilidade cada vez mais valorizada pelo mercado. Publicado em Sun Jan 23 18:47:00 UTC 2011 - Edição 642 Quando pensamos em um profissional atrativo para o mercado de trabalho, logo vêm à mente aspectos como boa formação, experiência, iniciativa e capacidade de trabalhar em equipe. Mas outro importante atributo vem sendo cada vez mais valorizado por empresas de seleção e empregadores: a capacidade do profissional para administrar bem suas finanças pessoais.
Alguns candidatos podem questionar como a forma de administrar o seu dinheiro pode afetar sua empregabilidade ou seu desempenho no trabalho. O fato é que a relação entre esses dois fatores é, via de regra, estreita. Um orçamento doméstico desequilibrado costuma afetar o desempenho do profissional na medida em que gera preocupação, ansiedade e estresse. Além disso, o descontrole nas finanças muitas vezes é visto pelos empregadores como um sinal de incapacidade do profissional em lidar com limites. O raciocínio é mais ou menos o seguinte: como ele poderia cuidar bem das contas e do orçamento da empresa, por exemplo, se não consegue administrar nem suas contas pessoais?
Portanto, quem deseja obter ou manter uma boa posição no mercado de trabalho deve se preocupar não apenas em como ganhar dinheiro, mas também em como gastá-lo. Vale ressaltar que, ao contrário do que muita gente pensa, o descontrole nas finanças pouco tem a ver com o salário. É comum encontrarmos executivos com contracheques elevados que não conseguem chegar ao final do mês sem entrar no cheque especial ou quitar a dívida do cartão de crédito. Por outro lado, existem profissionais com salários bem mais modestos que administram com eficiência seu orçamento e até conseguem poupar para concretizar projetos — tarefa quase impossível para aqueles colegas com maior remuneração, mas menos controle.
A boa notícia é que, com algum método, vontade e persistência, o problema tem solução, desde que haja disposição para mudar alguns hábitos. Na maioria dos casos, o grande vilão do descontrole financeiro é a falta de planejamento. Sem planejar ou monitorar seus gastos, o profissional não consegue ter visibilidade de como está usando seu dinheiro. O primeiro passo, portanto, é fazer um orçamento, anotando seus principais gastos diariamente. Dessa forma, é possível, ao final do mês, visualizar todas as despesas e, a partir daí, reorganizar suas finanças.
Criar uma planilha para registrar todas as entradas e saídas de dinheiro facilita bastante. O profissional deve criar uma rotina para registrar os seus gastos, mantendo-a sempre atualizada. Quando conseguir visualizar seus gastos no papel, é hora de traçar uma estratégia para equilibrar o orçamento. Muitas vezes, o profissional percebe que seu salário está indo pelo ralo devido a pequenas despesas que, juntas, causam um grande impacto.
Algumas atitudes podem ajudar nesse processo. (1) Evite comprar por impulso. Siga esse conselho por trinta dias e veja a diferença. (2) Saque apenas o necessário no caixa eletrônico. Evite andar com uma grande quantia na carteira. Faça uma estimativa real dos seus gastos por semana — almoços, lanches, gorjetas — e saque. (3) Ande com poucas folhas no talão de cheque. Isso fará você pensar duas vezes antes de usá-lo. (4) Reduza a quantidade de cartões de crédito. O ideal é ter dois, com datas de vencimento diferentes, com intervalo de 15 dias entre uma e outra. (5) Opte por formas de pagamento que facilitem o registro, como o cartão de crédito ou até mesmo o cheque, desde que haja o preenchimento do canhoto.
A reorganização financeira exige disciplina, mas os ganhos são muito compensadores tanto na vida pessoal como profissional.