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Escolha Profissional
Pesquisa da Trajeto Consultoria mostra que opinião de pais e amigos é o que mais influencia a escolha do jovem. Publicado em Sun Sep 11 17:59:00 UTC 2011 - Edição 675 Apesar da grande oferta e das múltiplas possibilidades de acesso a informações sobre as principais carreiras do mercado, o principal meio utilizado pelos jovens para escolher a profissão ainda é informal, por meio de conversas com amigos e/ou parentes. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Trajeto Consultoria, empresa integrante da Rede Gestão, entre os meses de março e abril, junto a 278 alunos do 3º ano do Ensino Médio no Recife. Segundo o levantamento, 75% dos estudantes revelaram ter escolhido a profissão com base na opinião de familiares e amigos.
De acordo com a consultora Rafaella Cursino, sócia da Trajeto, nem sempre a forte influência da família é percebida pelos jovens. “Apenas 35% admitem a influência dos pais como condicionante no processo de decisão, mas 75% dos jovens participantes afirmam ter escolhido a profissão com base na opinião de familiares e amigos”, revela. Na concepção da Trajeto, a influência dos pais é inevitável e não se constitui numa dificuldade. “As expectativas e os projetos construídos para os filhos atestam a credibilidade no potencial deles. Porém, para escolher a profissão, não basta essa aposta”, alerta Rafaella.
Em sua opinião, embora o que os pais pensem tenha um valor significativo, é fundamental analisar o nível de identificação dos jovens com o projeto familiar com neutralidade, o que é naturalmente impossível para os pais, devido ao seu envolvimento emocional.
Ainda sobre os meios utilizados para escolher a profissão, a pesquisa identificou a necessidade de serviços de orientação profissional estruturados nas escolas. Segundo o levantamento, apenas 31% dos estudantes já utilizaram os serviços disponibilizados por suas escolas, o que significa que as ações desenvolvidas pelas instituições de ensino ainda podem ser potencializadas. “As instituições de ensino não devem deixar para se preocupar com essa questão apenas no 3º ano, quando os alunos já estão ansiosos com a proximidade do vestibular”, orienta Rafaella.
A pouca visibilidade e poder de atratividade desses serviços dos colégios é confirmada pelo baixo índice de iniciativas dos jovens na busca por um processo de escolha profissional consistente e bem fundamentado. A maioria se detém a pesquisar exclusivamente informações sobre em qual faculdade ou universidade estudar (91%) e quais as matérias específicas exigidas para passar no vestibular para um determinado curso (88%). Apenas 32% dos jovens visitaram locais de trabalho; 9% visitaram universidades; 22% entrevistaram profissionais das áreas de atuação que pretendem seguir; e somente 12% fizeram orientação profissional, um serviço sobre o qual ainda se tem pouca informação e que não raramente é confundido com a metodologia dos antigos testes vocacionais.
“Os jovens não podem assumir sozinhos a responsabilidade por uma decisão tão importante. O papel da escola na tarefa de convocar os jovens a pensarem no futuro é insubstituível”, conclui a consultora.