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Agenda TGI debate O Recife que Precisamos
Lançamento da edição 2013 reuniu mais de 500 convidados e teve a apresentação do consultor Francisco Cunha transmitida ao vivo, pela internet. Publicado em Fri Dec 30 20:20:00 UTC 2011 - Edição 739Com os EUA e a Europa ainda tentando sair da crise, os Brics devem continuar a atuar como motor da economia mundial, embora com um crescimento menos acelerado do que o dos últimos anos. No Brasil, o emergente poder de consumo da classe C ajuda a sustentar o crescimento, embora a falta de investimentos e a carga tributária, principalmente sobre os salários, ainda sejam grandes entraves ao desenvolvimento. No Nordeste e em Pernambuco, a seca acende um alerta vermelho, evidenciando a incapacidade do Poder Público de lidar com um problema já conhecido e recorrente. Em meio a esse cenário, o Recife inicia uma nova gestão com um grande desafio: reverter o quadro de caos urbano, encontrando soluções para problemas graves, como falta de mobilidade, calçadas intransitáveis, abandono do centro histórico e degradação do Rio Capibaribe.
A avaliação foi feita pelo consultor Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria em Gestão, integrante da Rede Gestão, no lançamento da Agenda TGI 2013. Durante o evento, transmitido ao vivo pelo site da TGI (www.tgi.com.br), ele falou para cerca de 500 empresários, executivos e profissionais sobre o tema Do Mundo em Transformação ao Recife que Precisamos, fazendo um balanço do ano, do ponto de vista político-econômico, e apresentando os cenários mais prováveis para 2013 no mundo, no Brasil e em Pernambuco.
Mundo - A grave crise econômica que afeta a Zona do Euro não deve ter uma solução em 2013. “A situação dramática pela qual os países europeus passam deve levar mais 6 ou 7 anos para ser definida”, disse Francisco. Os EUA, além da crise internacional, têm outro grande desafio pela frente: o chamado “abismo fiscal” — com corte de gastos e aumento dos impostos —, necessário para reduzir o déficit no orçamento, mas que pode conduzir o país a uma recessão, com crescimento negativo já em 2013. A China também pisou no freio e deve reduzir progressivamente suas taxas de crescimento anual do PIB, de forma planejada, até 2030.
Brasil - Entre os Brics, o Brasil é o país que menos cresce. Segundo Francisco, o modelo de crescimento dos últimos anos, ancorado no aumento do poder de consumo da classe C, já dá sinais de esgotamento, embora ainda tenha fôlego. “Especialistas apontam que o grande problema do Brasil é a falta de investimentos”, assinalou. “Investimos apenas 20% do PIB, enquanto a China investe quase 50%.” A carga tributária brasileira, uma das mais elevadas do mundo, com um volume excessivo de encargos sobre os salários, é outra fraqueza competitiva que, segundo ele, precisa ser enfrentada para que o País possa alavancar seu crescimento.
Nordeste - O Nordeste enfrenta mais uma vez as graves consequências da seca, fenômeno que, embora cíclico, ainda carece de uma estratégia que possa minimizar seus efeitos. “Esse é um problema antigo e recorrente. Todos sabem que vai ocorrer, mas não há planejamento nem ações para reduzir seus impactos, embora 12% da população brasileira encontre-se na região do semiárido”, assinalou.
Pernambuco - O Estado continua crescendo a taxas acima da média brasileira, embalado pelos investimentos estruturadores ainda em fase de implantação. As boas perspectivas de crescimento do PIB devem se concretizar. Porém, cerca de 90% do território pernambucano está localizado no perímetro da seca. Segundo Francisco, é preciso enfrentar esse problema para que o crescimento do Estado não fique encapsulado no litoral, principalmente em Suape.