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Na Empresa, a Coisa é Diferente
Publicado em Sun Mar 17 19:07:00 UTC 2002 - Edição 182Separar as dimensões da família e da empresa é, na opinião de grande parte dos consultores, o maior desafio da gestão de uma empresa familiar. "Pressupostos de igualdade, hierarquia e direitos; sentimentos como amor e reconhecimento que valem para a relação familiar não devem ser transferidos para a empresa", alerta a consultora Cármen Cardoso.
Esse tabu está na base da maioria dos conflitos e, em muitos casos, é responsável pelo insucesso das organizações familiares. Algumas situações práticas que, segundo a consultora, ocorrem com freqüência:
1. Mito: Filhos que, em casa, aprendem que não podem contestar o pai e, na empresa, se vêem obrigados a aceitar as decisões paternas sem questionar, mesmo sabendo que não é o melhor para o negócio.
Antimito: A autoridade paterna, válida nas relações familiares, não deve ser inquestionável também na empresa. Os filhos devem ter espaço para se posicionar diante dos problemas da organização, sem que isso represente "uma ameaça"para os papéis familiares.
2. Mito: Irmãos que, em família, vivem uma relação de igualdade e, na empresa, têm as mesmas responsabilidades, direitos e deveres.
Antimito: O papel dos irmãos na empresa deve estar subordinado a outros critérios, como competência, projeto profissional e dedicação. A igualdade forçada termina gerando injustiças, insatisfação e conflitos.
3. Mito: Famílias nas quais os irmãos mais novos são subordinados ou obedecem aos mais velhos, as mulheres aos maridos e todos ao chefe da família.
Antimito: Os papéis de subordinação vigentes na família não devem ser transferidos para a empresa. O perfil para a função, o desempenho e a competência devem ser levados em conta.
De acordo com Cármen, é fundamental que os gestores entendam que a dinâmica das relações na família não pode e não deve ser automaticamente transferida para a empresa. Na administração do negócio, é preciso comandar algumas mudanças, como: