Imagine a seguinte situação: você vai a um supermercado e verifica que um determinado produto é fabricado por duas empresas diferentes, A e B. Estas empresas oferecem o produto com qualidade, preço e garantia semelhantes. Porém, a empresa A é reconhecida como uma das melhores empresas para se trabalhar, citada em edição especial da revista Exame pelos incentivos e benefícios concedidos aos seus funcionários. Já a empresa B possui uma alta rotatividade de funcionários, o que evidencia o elevado grau interno de insatisfação. Qual dos dois produtos você compraria? O da empresa A ou o da empresa B?

Se a informação sobre a satisfação dos funcionários interfere na sua decisão, e você escolhe o produto da empresa A, saiba que você faz parte de uma grande parcela de consumidores que está se preocupando com o aspecto da Responsabilidade Social das empresas. A priori, uma empresa é criada para ser uma fonte de renda de seu(s) fundador(es), ou seja, para gerar lucros que possam ser distribuídos aos seus proprietários. No entanto, a existência de uma entidade não pode se justificar exclusivamente por esse motivo.

Uma empresa se relaciona e desenvolve atividades com diversos usuários: fornecedores, clientes, funcionários, a comunidade em que está inserida, entre outros. Esses usuários estão sempre desejando algo da empresa: os clientes querem um produto de qualidade, os funcionários querem reconhecimento, a comunidade quer a preservação do meio ambiente, etc. Na prática, isso significa que a empresa possui um papel social, e que ser socialmente responsável é procurar atender aos interesses dos seus diversos usuários.

É aí que entra o Balanço Social, que funciona como um instrumento de divulgação dessas ações. O Balanço Social é uma demonstração contábil que expõe o resultado da interação da empresa com o meio em que está inserida. Por meio de sua publicação, a empresa evidencia não apenas seus aspectos patrimoniais e financeiros, mas também aspectos sociais, ambientais e de cidadania corporativa — ou seja, demonstra o exercício da Responsabilidade Social.

 Apesar de o nosso país ainda estar engatinhando em relação a esse assunto, e embora ainda não seja obrigatória, a publicação do Balanço Social já é uma prática para muitas empresas brasileiras. Se levarmos em consideração que os produtos estão cada vez mais parecidos e as margens apertadas fazem os preços se aproximarem, as empresas que exercem a prática da Responsabilidade Social, além de estarem promovendo um bem para a sociedade, acabam gerando um benefício para elas próprias, uma vez que a divulgação dessas ações constitui um diferencial competitivo em um mercado cada vez mais exigente.