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E agora, seu Luiz?
Publicado em Sun Jan 26 18:18:00 UTC 2003 - Edição 227Passada a euforia da vitória, é chegada a hora de pôr a mão na massa e, diga-se de passagem, que massa! Depois de "Brasileiros e Brasileiras", "Minha Gente" e "Neoliberalismo", estamos iniciando a era de "Companheiras e Companheiros" que, ao meu ver, é um tratamento mais adequado para os novos tempos. Somos, todos nós, companheiros e companheiras de luta, principalmente quanto aos aspectos econômicos que envolvem esta grande nação chamada Brasil.
No velho e sábio cancioneiro popular, Luiz "Lua" Gonzaga, nobre representante do povo nordestino, conterrâneo e xará do nosso Presidente, dizia em uma de suas canções: "Luiz, respeita Januário!", que, por sua vez, era seu honrado pai. Agora é chegada a vez de fazermos um paralelismo e dizer: "Luiz, respeita nosso Brasil e cumpre a tua missão histórica".
São muitos os desafios. Nós, povo brasileiro, devemos entender que mágica só existe em contos de fada e, como já descobrimos a duras penas, encantamento só dura até à meia-noite. Relembremos os cruzados, cruzeiros, tablitas, etc., etc.
Nosso Presidente tem prometido trabalho árduo e incessante, porém o que mais me tem impressionado é que os pontos focais de seu programa são coisas simples e possivelmente com soluções simples. Ora, me pergunto, se coisas tão óbvias poderiam ter sido resolvidas antes, então, por que não foram tentadas? Possivelmente, porque "a estrutura paralela globalizante não permite uma alternativa conjuntural pragmática". Traduzindo para o velho e bom português: não era prioritário. Faltou boa vontade.
Tem-se falado muito em pacto social. Acredito que discussões amplas com os mais variados segmentos da sociedade podem contribuir para entender e delinear as ações governamentais. Porém, fazer desse instrumento a ferramenta de governança pode ser perigoso. Só para lembrar: "Empresa comandada por colegiado demanda mais tempo em debates transcendentais do que em ações efetivas". Não temos mais tempo. Temos que ter "o comandante".
O Presidente tem representatividade mais que suficiente para tomar as rédeas do destino e não se deixar levar pelas mais divergentes e diferentes opiniões de caminhos, dentro ou fora de seu partido. Basta que, para isso, ele olhe sua própria trajetória, focada em um objetivo sério e honesto, perseguido e conquistado.
Tenho convicção de que um governo popular (não confundir com populista) pode colocar o País no caminho do desenvolvimento. Ah! E por falar em desenvolvimento, é bom lembrar que não se constrói um país apenas com grandes obras. Os pequenos e fundamentais detalhes são importantes no processo evolutivo de uma nação: pão, trabalho e educação.
Temos um momento ímpar em nossa História; quase 53 milhões de Companheiras e Companheiros elegeram o nosso mais alto representante e, pelo visto, o nosso "Lula", como o Excelentíssimo Senhor Presidente optou por ser chamado, tem todo o respaldo para promover as reformas que são necessárias e, finalmente, fazer da célebre frase "Brasil, o país do futuro" uma realidade.