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Representação e capacidade de competir
Publicado em Sun Oct 04 15:36:00 UTC 1998 - Edição 4
A eleição põe em cena uma reflexão importante. Trata-se de exercer o mais básico direito democrático que é o de escolher aqueles que vão nos representar nas decisões sobre os destinos da sociedade.
Entretanto, segundo pesquisa recente do Ibope, se o voto não fosse obrigatório, mais da metade dos eleitores não iria às urnas. Culpa dos políticos e de suas práticas? Não só, apesar de que, poucas vezes, eles enfrentaram índices tão baixos de popularidade como agora.
Algo semelhante acontece em outros campos. Na eleição do síndico do prédio, do diretório acadêmico, de líderes sindicais, o que se vê é um número cada vez maior de abstenções, votos nulos ou em branco. Ao que parece, as pessoas estão abrindo mão de um direito elementar e, com isso, abdicando de exercer poder, de influenciar.
Essa postura leva a um círculo vicioso observado com frequência no dia-a-dia do condomínio, da empresa, da cidade ou do país. O escolhido, que deveria espelhar a vontade da maioria, não tem representatividade. Seu discurso não reflete o que os representados pensam, mas apenas suas próprias idéias ou, pior, seus próprios interesses. E os supostos representados, não se reconhecendo no discurso nem nas ações, entendem que a melhor opção é isentar-se da responsabilidade, abdicando do direito de fazer pressão sobre o representante, cobrando-lhe o papel devido. No fim, terminam por abdicar do próprio direito de escolher.
Tais dificuldades, vividas na prática social, se reproduzem com facilidade na gestão das organizações onde os gerentes, não agindo como representantes (da empresa e da sua equipe, simultaneamente), induzem a equipe a "abdicar" do direito de pressioná-lo, cobrando-lhe uma ação mais efetiva.
Quando isso acontece, as equipes perdem capacidade competitiva e, com frequência, se perdem nas dificuldades internas. Para competir bem, tanto equipes, quanto pessoas, quanto empresas, precisam ter capacidade de escolher representantes que estejam à altura da representação requerida, exigindo deles a atenção aos seus interesses e a efetividade das ações. Abrir mão do direito de escolher bons representantes é abrir mão de uma boa parcela da capacidade de competir e, portanto, de ser competente.
Entretanto, segundo pesquisa recente do Ibope, se o voto não fosse obrigatório, mais da metade dos eleitores não iria às urnas. Culpa dos políticos e de suas práticas? Não só, apesar de que, poucas vezes, eles enfrentaram índices tão baixos de popularidade como agora.
Algo semelhante acontece em outros campos. Na eleição do síndico do prédio, do diretório acadêmico, de líderes sindicais, o que se vê é um número cada vez maior de abstenções, votos nulos ou em branco. Ao que parece, as pessoas estão abrindo mão de um direito elementar e, com isso, abdicando de exercer poder, de influenciar.
Essa postura leva a um círculo vicioso observado com frequência no dia-a-dia do condomínio, da empresa, da cidade ou do país. O escolhido, que deveria espelhar a vontade da maioria, não tem representatividade. Seu discurso não reflete o que os representados pensam, mas apenas suas próprias idéias ou, pior, seus próprios interesses. E os supostos representados, não se reconhecendo no discurso nem nas ações, entendem que a melhor opção é isentar-se da responsabilidade, abdicando do direito de fazer pressão sobre o representante, cobrando-lhe o papel devido. No fim, terminam por abdicar do próprio direito de escolher.
Tais dificuldades, vividas na prática social, se reproduzem com facilidade na gestão das organizações onde os gerentes, não agindo como representantes (da empresa e da sua equipe, simultaneamente), induzem a equipe a "abdicar" do direito de pressioná-lo, cobrando-lhe uma ação mais efetiva.
Quando isso acontece, as equipes perdem capacidade competitiva e, com frequência, se perdem nas dificuldades internas. Para competir bem, tanto equipes, quanto pessoas, quanto empresas, precisam ter capacidade de escolher representantes que estejam à altura da representação requerida, exigindo deles a atenção aos seus interesses e a efetividade das ações. Abrir mão do direito de escolher bons representantes é abrir mão de uma boa parcela da capacidade de competir e, portanto, de ser competente.