É cada vez maior o número de profissionais que buscam nas especializações uma forma de enriquecer o seu currículo e diferenciar-se em meio a uma concorrência cada vez mais acirrada. Com base nessa demanda, vem-se observando, nos últimos anos, a proliferação de cursos e programas destinados à capacitação de profissionais das mais variadas áreas. Com tanta oferta, o ideal é que o profissional tenha cautela na hora de investir na sua especialização, procurando diferenciar o que é modismo do que realmente vai contar pontos e atuar como diferencial na sua formação. "Está havendo uma certa banalização de cursos e títulos", constata a psicóloga Anamaria Pimentel, sócia do Instituto de Tecnologia em Gestão (INTG) e integrante da Rede Gestão. "Isso exige do profissional muito cuidado para não desperdiçar tempo e dinheiro em algo que não lhe trará o retorno esperado".

A proliferação dos MBAs é um dos exemplos mais claros. O Master of Business Administration originalmente é uma pós-graduação com dois anos de duração, semelhante ao mestrado, porém voltada para a prática e para a realidade do mercado. Hoje em dia, com tantas variações utilizando a mesma marca, o curso, que um dia já foi sinônimo de excelência e qualificação profissional, perdeu status e está se descaracterizando. "Antes de fazer sua opção, o profissional deve pesquisar com cuidado qual a proposta do curso, procurar conhecer o grupo que o coordena e se há realmente uma visão voltada para a prática, articulada com o mercado", sugere Anamaria.

Quem estiver preocupado em construir um projeto de capacitação consistente deve, na opinião da psicóloga, buscar programas que combinem o referencial teórico com uma abordagem mais próxima possível da prática. "Nem sempre os 'pacotes prontos' são a melhor resposta para quem busca capacitar-se profissionalmente", observa. É preciso saber dosar programas de mais fôlego, como é o caso dos MBAs, com outros tipos de abordagens mais compactas, com metodologia pensada para a realidade do mercado local e que permitam a aplicação dos conteúdos oferecidos na prática diária. Isso possibilita obter ganhos mais concretos do que uma visão pouco focada nas necessidades do profissional, face às demandas concretas da realidade regional.

Pensar estrategicamente é um passo fundamental para uma capacitação consistente, amenizando o risco de arrependimentos futuros. Evitar os modismos e investir em programas que realmente respondam às necessidades práticas é uma atitude que deve ser adotada por profissionais preocupados em desenvolver sua capacidade competitiva.