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O Desafio da Praça de Alimentação

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Publicado em Sun Dec 16 13:56:00 UTC 2001 - Edição 169
Quando passeamos pelos shoppings centers de nossa cidade é comum termos a impressão de facilidade e, às vezes, até comentarmos "que vida boa deve ser a de um lojista de shopping". Até maio deste ano essa também era a minha impressão. Foi quando fui contratado para implantar o programa 5S em uma rede de fast-food com lojas em vários shoppings e hipercenters no Recife.

Por causa do elevado custo do metro quadrado, as áreas comerciais destinadas à preparação de alimentos são bastante limitadas, exigindo que os funcionários do estabelecimento tenham uma habilidade especial para locomover-se em um espaço bem restrito. Nessas condições, o empreendedor tem que usar de muita criatividade para aproveitar, da melhor maneira possível, cada cantinho, cada centímetro quadrado. Esse é um verdadeiro desafio que ele não conseguirá vencer sozinho. Terá que contar com a ajuda de cada funcionário e preparar todos para que consigam um ambiente de trabalho saudável no dia-a-dia corrido dessas minifábricas de alimentos.

Acostumado a implementar programas de qualidade em estruturas mais robustas, achei que seria uma tarefa fácil. Após a primeira visita ao outro lado da loja, onde realmente as coisas acontecem, foi que percebi que tinha à minha frente uma tarefa bastante complicada. A questão era: como usar melhor espaços tão limitados? Como aplicar os sensos de utilização, ordenação, limpeza, saúde e motivar cada colaborador a ter disciplina em manter o programa?

Ao adaptar o conteúdo do treinamento à realidade que visualizara, veio-me à mente uma frase bastante simples, mas que foi muito útil para passar aos alunos os conceitos dos 5S e que seria a tônica do Programa: "Quando há espaço, utiliza-se; quando não há, racionaliza-se". Formar essa cultura pode fazer uma grande diferença para o empreendimento de refeições rápidas.

Após a implantação do programa, hoje, por contar com uma maior segurança alimentar, essas empresas podem até convidar os clientes para conhecerem os bastidores da preparação, sem medo de serem reprovadas. Cada vez mais tenho visto a versatilidade e utilidade dessa ferramenta tão simples para a melhoria da qualidade. Os resultados alcançados são impressionantes: redução de custos operacionais, geração de espaço físico, melhoria do controle de estoques e até melhoria do ambiente de trabalho e do moral dos funcionários.

É tudo uma questão de iniciativa, de buscar antecipadamente uma nova estratégia antes que o barco perca o rumo.

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