Veja por autor
A arte de delegar
Publicado em Sun Dec 02 14:00:00 UTC 2001 - Edição 167
Saber delegar é uma habilidade indispensável a um bom gerente. Entretanto, é comum encontrar, em empresas e organizações, equipes insatisfeitas e talentos subaproveitados, devido à resistência do gerente em repassar tarefas ou à delegação feita de forma equivocada. Nesta entrevista, a consultora Fátima Guimarães, da TGI Consultoria em Gestão, integrante da Rede Gestão, fala sobre a importância da delegação para o desenvolvimento das equipes, os riscos de ser um gerente centralizador e dá dicas de como delegar com eficiência.
Qual a importância da delegação para o bom desempenho da equipe de trabalho?
A delegação é uma ferramenta gerencial fundamental para o desenvolvimento de uma equipe de trabalho (que é a essência da função gerencial). Em primeiro lugar, porque desenvolve a co-responsabilidade, o primeiro passo para o desenvolvimento da autonomia da equipe. Em segundo, porque, quando feita adequadamente, estimula a iniciativa e a criatividade.
Alguns gerentes demonstram muita resistência em delegar tarefas. Por quê?
Delegar não é fácil. Especialmente para quem tem um perfil com tendência ao perfeccionismo ou à centralização. Para essas pessoas, é mais fácil fazer. Também têm dificuldades, nesse campo, gerentes com pouca habilidade "pedagógica", que não conseguem "passar as tarefas" ou não têm paciência para explicar uma, duas, três vezes a mesma coisa, até conseguir um resultado dentro do padrão desejado. Há ainda o caso, embora mais raro, de gerentes que simplesmente não suportam constatar que alguém da sua equipe seja capaz de fazer determinado trabalho melhor do que ele. Delegar é um importante poupador de tempo para o gerente, mas requer um trabalho inicial para estabelecer a sintonia necessária e um acompanhamento constante e persistente.
Quais os riscos de ser centralizador em excesso?
O gerente centralizador é, antes de tudo, um solitário a quem cabe fazer quase tudo. Isso acarreta deixar de cuidar do que é essencial no exercício do seu papel de liderança para cuidar de coisas que poderiam ser repassadas para a equipe. Ela fica relegada a um segundo plano, geralmente envolvida em tarefas rotineiras e sem espaço para desenvolver-se. Os resultados, em geral, são prejudicados, especialmente pela ausência das contribuições que poderiam enriquecer o trabalho e pelos efeitos nocivos da sobrecarga do gerente, que afetam a qualidade da tarefa.
Como definir o que deve ou não ser delegado?
Tarefas consideradas "estratégicas" devem ser delegadas? Delegar requer muitos cuidados, sendo o principal deles a escolha do que e a quem delegar. Não se trata de, simplesmente, "empurrar" tarefas que o gerente não quer ou não pode fazer. Acho que são necessários alguns cuidados, como:
1. Escolher a quem delegar um determinado tipo de serviço, ou seja, considerar o perfil e as habilidades de quem vai receber o trabalho.
2. Certificar-se de que a tarefa foi bem repassada; é muito mais produtivo quando a pessoa conhece os objetivos daquilo que está fazendo, o contexto em que a tarefa está inserida, do que saber apenas a parte que lhe cabe.
3. Contratar os prazos e o padrão de qualidade da tarefa; o que significa não correr o risco de ter um ótimo trabalho fora do prazo (a história da fantasia que fica pronta na quarta-feira de cinzas) ou ter antecipado um trabalho que precisa ser refeito.
4. Ter sempre em mente que, como gerente, a responsabilidade pelo resultado final continua sendo sua e, portanto, não dá para só na última hora ir ver se está pronto. Por isso, um acompanhamento durante a realização do trabalho não é só importante, é essencial.
Qual a importância da delegação para o bom desempenho da equipe de trabalho?
A delegação é uma ferramenta gerencial fundamental para o desenvolvimento de uma equipe de trabalho (que é a essência da função gerencial). Em primeiro lugar, porque desenvolve a co-responsabilidade, o primeiro passo para o desenvolvimento da autonomia da equipe. Em segundo, porque, quando feita adequadamente, estimula a iniciativa e a criatividade.
Alguns gerentes demonstram muita resistência em delegar tarefas. Por quê?
Delegar não é fácil. Especialmente para quem tem um perfil com tendência ao perfeccionismo ou à centralização. Para essas pessoas, é mais fácil fazer. Também têm dificuldades, nesse campo, gerentes com pouca habilidade "pedagógica", que não conseguem "passar as tarefas" ou não têm paciência para explicar uma, duas, três vezes a mesma coisa, até conseguir um resultado dentro do padrão desejado. Há ainda o caso, embora mais raro, de gerentes que simplesmente não suportam constatar que alguém da sua equipe seja capaz de fazer determinado trabalho melhor do que ele. Delegar é um importante poupador de tempo para o gerente, mas requer um trabalho inicial para estabelecer a sintonia necessária e um acompanhamento constante e persistente.
Quais os riscos de ser centralizador em excesso?
O gerente centralizador é, antes de tudo, um solitário a quem cabe fazer quase tudo. Isso acarreta deixar de cuidar do que é essencial no exercício do seu papel de liderança para cuidar de coisas que poderiam ser repassadas para a equipe. Ela fica relegada a um segundo plano, geralmente envolvida em tarefas rotineiras e sem espaço para desenvolver-se. Os resultados, em geral, são prejudicados, especialmente pela ausência das contribuições que poderiam enriquecer o trabalho e pelos efeitos nocivos da sobrecarga do gerente, que afetam a qualidade da tarefa.
Como definir o que deve ou não ser delegado?
Tarefas consideradas "estratégicas" devem ser delegadas? Delegar requer muitos cuidados, sendo o principal deles a escolha do que e a quem delegar. Não se trata de, simplesmente, "empurrar" tarefas que o gerente não quer ou não pode fazer. Acho que são necessários alguns cuidados, como:
1. Escolher a quem delegar um determinado tipo de serviço, ou seja, considerar o perfil e as habilidades de quem vai receber o trabalho.
2. Certificar-se de que a tarefa foi bem repassada; é muito mais produtivo quando a pessoa conhece os objetivos daquilo que está fazendo, o contexto em que a tarefa está inserida, do que saber apenas a parte que lhe cabe.
3. Contratar os prazos e o padrão de qualidade da tarefa; o que significa não correr o risco de ter um ótimo trabalho fora do prazo (a história da fantasia que fica pronta na quarta-feira de cinzas) ou ter antecipado um trabalho que precisa ser refeito.
4. Ter sempre em mente que, como gerente, a responsabilidade pelo resultado final continua sendo sua e, portanto, não dá para só na última hora ir ver se está pronto. Por isso, um acompanhamento durante a realização do trabalho não é só importante, é essencial.