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Evitando o "bug" social
Publicado em Sun Dec 12 15:27:00 UTC 1999 - Edição 65
O bolo cresceu mas não foi adequadamente dividido. Primeiro lugar no ranking mundial da má distribuição de renda, o Brasil tem nas desigualdades sociais o principal entrave para o seu desenvolvimento neste início de milênio. Os 10% mais ricos da população abocanham 50% de toda a riqueza nacional, enquanto os 70% mais pobres detêm apenas 26% da renda. O resultado dessa equação pouco lógica é um barril de pólvora cada dia mais inflamável. O aumento da criminalidade, a insegurança generalizada e a impunidade ajudam a definir um cenário que, sem mudanças a médio prazo, pode transformar-se em uma ameaça, inclusive, ao regime democrático. O que pode mudar esse quadro? Para o consultor Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria em Gestão e integrante da Rede Gestão, uma das respostas para este desafio está no modelo de gestão das empresas. Para ele, a gestão com Responsabilidade Social é, mais do uma tendência, uma exigência de sobrevivência empresarial. "Trata-se de uma condição básica para que o país possa retomar o seu crescimento dentro do regime democrático e se afaste a ameaça de um 'bug' social, muitíssimas vezes mais grave que o do milênio", analisa.
Para Francisco, é hora de todos perceberem que o Governo - endividado e incapaz de atender sozinho uma demanda social cada vez maior - pode entrar em colapso se não contar com o apoio da parte empreendedora da sociedade. "Todas as empresas têm uma parcela de contribuição a dar", afirma. A responsabilidade social é urgente e está longe de ser mera filantropia que, por si só, resolve muito pouco. Trata-se de firmar compromissos que vão além das relações de mercado, interagindo de maneira mais responsável e ética com funcionários, clientes, comunidade e meio ambiente. No Brasil, o número de empresas comprometidas com estes princípios é cada vez maior. Há um ano, foi criado no País o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, que reúne 158 empresas dispostas a promover a responsabilidade social e cuja soma dos faturamentos totalizam 12 % do PIB nacional.
"Colocando em prática uma gestão voltada para a responsabilidade social, as empresas podem contribuir para amenizar o abismo social que hoje existe no Brasil", afirma Francisco. O resultado, a médio prazo, é benéfico para o próprio mercado. "Só há como falar em aumento de produção, vendas ou consumo quando os 35% da população hoje composta por pobres e miseráveis se tornarem consumidores". Esta será também uma postura empresarial estratégica neste novo milênio. Uma pesquisa da revista americana Fortune, divulgada este ano, mostra que as empresas mais lucrativas nos EUA -- e as preferidas pelos clientes -- são aquelas que se preocupam com questões sociais.
A maior parte das 178 companhias associadas ao Instituto Ethos mantém programas em áreas básicas como educação e saúde, comprometendo-se com a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários, da comunidade e da sociedade como um todo. Essa postura, ressalta Francisco, pode -- e deve -- ser adotada por toda organização preocupada com o seu futuro e o do país, independentemente da sua área de atuação, porte ou faturamento. "A retomada do crescimento do País passa obrigatoriamente pelo aumento da responsabilidade social das empresas".
Para Francisco, é hora de todos perceberem que o Governo - endividado e incapaz de atender sozinho uma demanda social cada vez maior - pode entrar em colapso se não contar com o apoio da parte empreendedora da sociedade. "Todas as empresas têm uma parcela de contribuição a dar", afirma. A responsabilidade social é urgente e está longe de ser mera filantropia que, por si só, resolve muito pouco. Trata-se de firmar compromissos que vão além das relações de mercado, interagindo de maneira mais responsável e ética com funcionários, clientes, comunidade e meio ambiente. No Brasil, o número de empresas comprometidas com estes princípios é cada vez maior. Há um ano, foi criado no País o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, que reúne 158 empresas dispostas a promover a responsabilidade social e cuja soma dos faturamentos totalizam 12 % do PIB nacional.
"Colocando em prática uma gestão voltada para a responsabilidade social, as empresas podem contribuir para amenizar o abismo social que hoje existe no Brasil", afirma Francisco. O resultado, a médio prazo, é benéfico para o próprio mercado. "Só há como falar em aumento de produção, vendas ou consumo quando os 35% da população hoje composta por pobres e miseráveis se tornarem consumidores". Esta será também uma postura empresarial estratégica neste novo milênio. Uma pesquisa da revista americana Fortune, divulgada este ano, mostra que as empresas mais lucrativas nos EUA -- e as preferidas pelos clientes -- são aquelas que se preocupam com questões sociais.
A maior parte das 178 companhias associadas ao Instituto Ethos mantém programas em áreas básicas como educação e saúde, comprometendo-se com a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários, da comunidade e da sociedade como um todo. Essa postura, ressalta Francisco, pode -- e deve -- ser adotada por toda organização preocupada com o seu futuro e o do país, independentemente da sua área de atuação, porte ou faturamento. "A retomada do crescimento do País passa obrigatoriamente pelo aumento da responsabilidade social das empresas".