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Brasil Deve Voltar a Crescer a Partir de 2004

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Publicado em Sun Dec 07 16:41:00 UTC 2003 - Edição 272

Após cumprir o necessário em seu primeiro ano de mandato, garantindo a estabilidade econômica e mantendo afastado o risco da volta da inflação, o atual Governo reúne hoje as melhores condições já alcançadas nas últimas décadas para conduzir a retomada do crescimento econômico e o desenvolvimento do País. A análise foi feita pelo consultor Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria em Gestão, durante o lançamento da Agenda 2004, em evento realizado no Arcádia Boa Viagem.

 

Francisco analisou os fatos mais marcantes deste ano e traçou projeções para 2004. "É crescer ou crescer, não há outra alternativa. Trata-se de um imperativo postergado nas últimas duas décadas que não pode mais ser adiado."

 

Em sua opinião, o atual Governo mostrou competência ao administrar a herança recebida no final de 2002. Afastou o risco da inflação e manteve a estabilidade econômica, com o dólar na casa dos R$ 3,00 e o risco-país na faixa dos 500 pontos, índices bem abaixo dos registrados há um ano. O remédio, porém, trouxe efeitos colaterais amargos: as maiores taxas de juros reais do mundo, inviabilizando os investimentos; e o alto índice de desemprego, agravado pelo crescimento pífio da economia ao longo do ano.

 

A boa notícia, na opinião de Francisco, é que, após um ano de tratamento rigoroso, há um ambiente favorável para a retomada do crescimento. Mas, para isso, é preciso somar à inflação baixa e à solidez fiscal uma terceira condição: a redução duradoura da vulnerabilidade externa da economia brasileira.

 

“O Brasil é um país sério, mas desacreditado. É fundamental recuperar essa credibilidade e alcançar, em três anos, o status de Investment Grade, marca dos países que oferecem os menores riscos aos investimentos externos.”

 

Segundo Francisco, o País não tem outra opção a não ser reverter o desempenho das duas últimas décadas, consideradas perdidas em termos de resultados econômicos. "Entre 1900 e 1973, o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo. Nos últimos 20 anos, caiu para 93º lugar", observou. De 1940 a 1980, mesmo com um ambiente marcado por guerras, golpe militar e instabilidade política, o Brasil conseguiu manter uma média de crescimento de 7% ao ano. De 1980 para cá, o índice caiu para 2,1%.

 

Apesar disso, as perspectivas são boas. Citando uma projeção da Goldman Sachs, Francisco disse que, se conseguir recuperar o crescimento para uma média de 3,6% ao ano, o Brasil estará, dentro de cinqüenta anos, no grupo das cinco maiores economias do mundo, ao lado da China, dos Estados Unidos, da Índia e do Japão.

 

“Nosso compromisso, agora, é exigir que o Governo continue nesse rumo, garantindo as condições mínimas necessárias para alcançar esse crescimento. 2004 será um ano difícil, mas esse governo tem todas as condições necessárias para reconduzir o País ao desenvolvimento”, concluiu.


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