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O canto das sereias digitais
Publicado em Sun Mar 26 17:40:00 UTC 2000 - Edição 79
A era digital já revolucionou a comunicação, está transformando o comércio, democratizou a informação e, agora, está sendo responsável por uma mudança significativa também no mercado de trabalho. Um verdadeiro batalhão de profissionais está migrando, a cada dia, das empresas tradicionais para as chamadas "organizações pontocom", atraídos pelas aparentes infinitas possibilidades da Internet. Ainda não há dados oficiais, mas estima-se que nos Estados Unidos haja 2,5 milhões de empregos diretamente relacionados à Internet. No Brasil, cem mil vagas já foram criadas nas empresas digitais até agora, mas a expectativa é que esse número dobre ainda este ano. Tendência irreversível ou modismo da hora? Para alguns consultores, é inegável que a Internet abriu um amplo horizonte para os profissionais, mas é preciso ter bom senso na hora de repensar sua carreira e partir para esse novo mercado.
"Por ser um momento de grande expansão da Internet, está havendo uma supervalorização das suas possibilidades profissionais", avalia a coordenadora de Recursos Humanos da JCR & Calado Consultores Associados, Júlia Bastos. Ela concorda que as empresas digitais oferecem boas chances, mas condena a "histeria coletiva" que está sendo criada no mercado, como se não houvesse vida inteligente - ou boas perspectivas profissionais - fora da Internet. Júlia acredita que há um fenômeno nunca visto de expansão das empresas digitais que, para atrair o melhores talentos, oferecem salários acima da média. "Mas, após esse boom, acredito que haverá uma acomodação natural do mercado. Voltaremos a um cenário mais realista."
O fato é que, a cada dia, dezenas de empresas surgem na grande rede, travando uma verdadeira guerra para conquistar a atenção e a fidelidade do internauta. Por isso, à medida que se profissionalizam, as empresas .com, emitem seu canto de "sereias digitais" e procuram atrair executivos, economistas, consultores, jornalistas, administradores e profissionais das mais variadas áreas pela possibilidade de altos salários, trabalho com mais liberdade e pela sensação de estarem pegando o bonde da tecnologia e construindo, agora, o futuro. A briga pelos melhores cérebros está acirrada. Segundo um levantamento da Revista Exame, 30% do tempo dos headhunters brasileiros está sendo tomado com o recrutamento para as empresas digitais.
Para a coordenadora de Recursos Humanos da JCR, a tendência é universal, mas, em um primeiro momento, fora do eixo Rio-São Paulo, não deve encontrar tantos adeptos. Fora desse eixo, pelo menos por enquanto, "os profissionais tendem a arriscar menos. É comum que permaneçam em uma empresa, mesmo não totalmente satisfeitos, com receio de mudar, buscar algo melhor". Ela dá um conselho ao profissional preocupado com a sua competitividade: "É preciso estar sempre atento e ter coragem para aproveitar as inúmeras possibilidades que o mercado oferece - seja ou não em empresas digitais".
"Por ser um momento de grande expansão da Internet, está havendo uma supervalorização das suas possibilidades profissionais", avalia a coordenadora de Recursos Humanos da JCR & Calado Consultores Associados, Júlia Bastos. Ela concorda que as empresas digitais oferecem boas chances, mas condena a "histeria coletiva" que está sendo criada no mercado, como se não houvesse vida inteligente - ou boas perspectivas profissionais - fora da Internet. Júlia acredita que há um fenômeno nunca visto de expansão das empresas digitais que, para atrair o melhores talentos, oferecem salários acima da média. "Mas, após esse boom, acredito que haverá uma acomodação natural do mercado. Voltaremos a um cenário mais realista."
O fato é que, a cada dia, dezenas de empresas surgem na grande rede, travando uma verdadeira guerra para conquistar a atenção e a fidelidade do internauta. Por isso, à medida que se profissionalizam, as empresas .com, emitem seu canto de "sereias digitais" e procuram atrair executivos, economistas, consultores, jornalistas, administradores e profissionais das mais variadas áreas pela possibilidade de altos salários, trabalho com mais liberdade e pela sensação de estarem pegando o bonde da tecnologia e construindo, agora, o futuro. A briga pelos melhores cérebros está acirrada. Segundo um levantamento da Revista Exame, 30% do tempo dos headhunters brasileiros está sendo tomado com o recrutamento para as empresas digitais.
Para a coordenadora de Recursos Humanos da JCR, a tendência é universal, mas, em um primeiro momento, fora do eixo Rio-São Paulo, não deve encontrar tantos adeptos. Fora desse eixo, pelo menos por enquanto, "os profissionais tendem a arriscar menos. É comum que permaneçam em uma empresa, mesmo não totalmente satisfeitos, com receio de mudar, buscar algo melhor". Ela dá um conselho ao profissional preocupado com a sua competitividade: "É preciso estar sempre atento e ter coragem para aproveitar as inúmeras possibilidades que o mercado oferece - seja ou não em empresas digitais".