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Tecnologia ou Excelência Administrativa? Eis a Questão
Publicado em Sun Aug 22 18:32:00 UTC 2004 - Edição 308Cada vez que o tempo avança, surgem novas tecnologias, novas tendências, novas ferramentas que tornam cada vez mais fácil medir o impacto das decisões administrativas dentro do ambiente organizacional. Dentre as várias ferramentas tecnológicas de apoio à decisão, podemos destacar as soluções de software em gestão empresarial, também conhecidas como ERP (Enterprise Resource Planing), que, quando implantadas adequadamente, integram as áreas: contábil, financeira, de faturamento, compras, materiais, suprimento, recursos humanos, além das de atividades específicas, tais como distribuição e logística.
Essas soluções possibilitam uma visão geral de todas as atividades da empresa, e hoje se encontram em fase de grande expansão em companhias de grande e médio porte aqui no Brasil, com representantes internacionais e grandes softwarehouses nacionais. Os ERPs trouxeram um grande questionamento aos gestores atuais: é possível administrar com excelência e tornar as empresas ainda mais competitivas sem o uso dessas ferramentas tecnológicas?
Recentemente foi publicado um artigo dentro do boletim web do Varejo Século 21, que montava um cenário baseado na visão das tendências para o varejo nos próximos dez anos, através das idéias de Ming Tsai, VP Global de Varejo da IBM, uma das gigantes mundiais na área de Tecnologia da Informação. Dentro da visão de Tsai, essas tendências foram agrupadas em seis grandes blocos, considerados por ela como a essência para a sobrevivência das empresas de varejo. Essas tendências formam uma mudança de paradigma muito forte para os administradores dessa área e podem indicar a viabilidade de seus negócios.
1) A Diversidade vai aumentar - os consumidores vão se fragmentar em microssegmentos, como conseqüência de uma
uma profunda mudança demográfica e nos padrões de atitudes e comportamentos.
2) Portões de acesso estarão mais bem guardados - será mais difícil encaminhar mensagens comerciais ou institucionais para os consumidores, em função de barreiras jurídicas e tecnológicas que serão erguidas em torno deles.
3) Informação deixará tudo exposto - aumentará ainda mais o poder dos consumidores em virtude do maior acesso à informação em tempo real. Na hora da compra, por exemplo, os clientes poderão ser informados se há uma oferta de uma marca concorrente na loja e quais os comentários de outros compradores sobre a qualidade do produto.
4) Megavarejistas sem fronteiras - varejistas globais se espalharão rapidamente pelos quatro cantos do planeta, forçando seus concorrentes locais a estabelecerem propostas de valor extremamente diferenciadas para sobreviver.
5) O meio será espremido - crescerão os segmentos popular e de luxo, deixando em terríveis dificuldades marcas indiferenciadas ou empresas que atuam no segmento intermediário de cada categoria. Muitas vezes, um mesmo cliente comprará uma marca barata de uma categoria de produto pouco relevante para poder consumir uma marca mais cara de outro tipo de produto.
6) A tecnologia fará a diferença - líderes inovadores utilizarão tecnologias avançadas, acelerando a criação de valor para os clientes e derrotando seus concorrentes. A mensagem que fica para o mundo dos negócios é que a nova economia é um fato, um caminho sem volta, com fortes bases na economia digital, pois tem como forte aliada a tecnologia.
Porém, é importante salientar que é muito difícil mensurar o peso de cada um dos componentes apresentados; nos tempos atuais, a administração e a tecnologia da informação caminham ou, pelo menos, deveriam caminhar, num sentido: a eficácia na gestão. É importante ressaltar que a Tecnologia da Informação é apenas um meio, uma ferramenta de apoio à gestão. Em hipótese alguma, a TI irá substituir o talento dos administradores, em qualquer que seja o cenário.
O fato é que a competitividade está indo além do poder de criatividade dos gestores que focam o sucesso. Logo, os administradores precisam evoluir nas práticas de usabilidade da tecnologia, fazendo com que ela seja um fator de diferencial competitivo, transformando os dados em informações precisas e simplificadas, que facilitarão a tomada de decisões.