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A empresa familiar competitiva
Publicado em Sun Oct 22 19:15:00 UTC 2000 - Edição 109
Para a grande maioria das empresas brasileiras, a maior ameaça à sobrevivência não está nas mudanças trazidas pela globalização, no número crescente de concorrentes ou nas oscilações do mercado. Para 90% das empresas brasileiras não-estatais, as chamadas empresas familiares, o grande desafio consiste em tornar ou manter a organização competitiva, superando os conflitos e separando o âmbito familiar do empresarial. Os números comprovam: não é uma tarefa fácil. De cada cem empresas familiares bem sucedidas sob a gestão dos fundadores (primeira geração), apenas trinta continuam sob o controle da segunda geração e, destas, apenas quinze sobrevivem nas mãos da terceira geração. "A conclusão que se pode tirar é: a sucessão malconduzida acaba com a empresa familiar bem-sucedida", constata a psicanalista e consultora de empresas Cármen Cardoso, sócia da TGI Consultoria em Gestão.
Mas por que é tão difícil para os herdeiros manter a história de sucesso da empresa familiar? Segundo os especialistas, boa parte dos conflitos reside no fato de nenhum deles ter escolhido o negócio ou os sócios (parentes), todos herdados. A falta de entendimento normalmente é a maior causa das dificuldades das empresas familiares. "Antes de tudo, é preciso separar as dimensões da família, da gestão da empresa e da propriedade, dando a cada uma delas tratamento diferenciado e adequado", observa a consultora. A empresa não deve servir de palco de disputa dos conflitos familiares. Problemas, desentendimentos ou crises de família vão sempre existir e devem ser tratados em fóruns próprios de discussão. "É preciso evitar, o máximo possível, que a gestão da empresa venha a ser contaminada por questões ou disputas que não têm a ver diretamente com a natureza de seu negócio."
Para Cármen Cardoso, a profissionalização da gestão é outro ponto fundamental. Os cargos estratégicos devem ser ocupados por profissionais comprovadamente competentes ou pelos próprios sucessores, desde que estejam realmente aptos para as funções. Outra ferramenta eficiente na gestão da empresa familiar é a instalação de colegiados diretivos ou gerenciais, que evitam a concentração excessiva de decisões em poucas pessoas. "Não deve ser esquecida, também, a preocupação com a empresa no âmbito da propriedade", orienta. "É preciso elaborar instrumentos legais capazes de salvaguardar os direitos e definir com clareza os deveres dos acionistas ou cotistas, mesmo que não participem da gestão."
Para ficar de fora da sombria estatística que condena à extinção a maioria das empresas familiares no Brasil, é preciso ficar atento a todos esses fatores. "O futuro da organização familiar depende não só das condições do mercado e da economia. Mas principalmente da profissionalização do controle do capital e da gestão dos negócios".
Mas por que é tão difícil para os herdeiros manter a história de sucesso da empresa familiar? Segundo os especialistas, boa parte dos conflitos reside no fato de nenhum deles ter escolhido o negócio ou os sócios (parentes), todos herdados. A falta de entendimento normalmente é a maior causa das dificuldades das empresas familiares. "Antes de tudo, é preciso separar as dimensões da família, da gestão da empresa e da propriedade, dando a cada uma delas tratamento diferenciado e adequado", observa a consultora. A empresa não deve servir de palco de disputa dos conflitos familiares. Problemas, desentendimentos ou crises de família vão sempre existir e devem ser tratados em fóruns próprios de discussão. "É preciso evitar, o máximo possível, que a gestão da empresa venha a ser contaminada por questões ou disputas que não têm a ver diretamente com a natureza de seu negócio."
Para Cármen Cardoso, a profissionalização da gestão é outro ponto fundamental. Os cargos estratégicos devem ser ocupados por profissionais comprovadamente competentes ou pelos próprios sucessores, desde que estejam realmente aptos para as funções. Outra ferramenta eficiente na gestão da empresa familiar é a instalação de colegiados diretivos ou gerenciais, que evitam a concentração excessiva de decisões em poucas pessoas. "Não deve ser esquecida, também, a preocupação com a empresa no âmbito da propriedade", orienta. "É preciso elaborar instrumentos legais capazes de salvaguardar os direitos e definir com clareza os deveres dos acionistas ou cotistas, mesmo que não participem da gestão."
Para ficar de fora da sombria estatística que condena à extinção a maioria das empresas familiares no Brasil, é preciso ficar atento a todos esses fatores. "O futuro da organização familiar depende não só das condições do mercado e da economia. Mas principalmente da profissionalização do controle do capital e da gestão dos negócios".