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Enfrentando os "Líderes de Barro"

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Publicado em Sun Nov 19 19:27:00 UTC 2000 - Edição 113
Seja na história da humanidade ou no dia-a-dia das organizações, os líderes são personagens fundamentais. No ambiente de negócios, o líder tem poder e carisma para mobilizar, estimular, provocar mudanças e, conseqüentemente, ajudar muito a construir o sucesso da empresa. Mas, cuidado, há exceções.

"Assim como a História é marcada pelos seus líderes, sejam eles de paz ou de guerra, as organizações também refletem em sua cultura o peso ou a leveza de suas lideranças", diz Lilia Barbosa, consultora master da JCR & Calado Consultores, empresa associada a Deloitte Touche Tohmatsu. Todavia, segundo ela, é preciso muita atenção para distinguir a liderança legítima - aquela essencial para o bom desempenho das equipes - dos "líderes de barro", que podem minar os valores da organização, comprometendo seus resultados e sua competitividade.

As falsas lideranças, na avaliação da consultora, não se consideram parte da empresa, não acreditam em suas políticas ou valores e detêm uma falsa autenticidade, utilizada para influenciar os que estão à sua volta. "Os líderes de barro agem de forma sutil e poucas pessoas percebem, em tempo hábil, sua presença predadora no dia-a-dia da empresa", analisa. Em vez de atuarem como disseminadores de valores positivos da organização, agem de maneira dissimulada e terminam gerando desmotivação, descrédito nas políticas internas e conflitos. "Os líderes de barro idolatram suas vitórias, mas, diante dos erros, sempre culpam o colega mais próximo".

Na opinião da consultora, para lidar com as lideranças inadequadas, a empresa precisa cuidar de monitorar o clima e prospectar a cultura organizacional. Periodicamente, vale a pena "diagnosticar os sentimentos das equipes, por meio de pesquisas com foco qualitativo (entrevistas e reuniões) e quantitativo (aplicação de questionários)". Identificados os problemas, deve haver, também, um plano de ação para resolvê-los. Isso porque "as pesquisas de clima provocam expectativas em toda a organização. Logo, se os gestores não tiverem certeza que vão agir para mudar o que está errado, é melhor não fazê-las".

Para Lilia, despertar o sentimento das equipes em prol da organização é uma das ações mais eficazes para neutralizar a atuação negativa dos líderes de barro. "Ao criar uma cultura coesa, sem arestas e transparente, a organização desestimula o aparecimento das falsas lideranças. Elas, simplesmente, não encontram mais espaço para existir."

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