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Bons ventos para 2001
Publicado em Sun Dec 31 19:42:00 UTC 2000 - Edição 119
O ano 2001 chega com perspectivas animadoras. Se as tendências de mercado forem confirmadas, pela primeira vez em 50 anos a economia brasileira poderá crescer mais que a inflação. O ano novo, portanto, é motivo de otimismo para o país, para as empresas e profissionais. "Após um ano 2000 sem surpresas, o cenário que se forma para o ano 2001 é bastante promissor", afirma o consultor Francisco Cunha, sócio da TGI e do INTG, editor da coluna Desafio 21.
Para Francisco, o que pode colocar em risco a materialização deste cenário otimista é a grande dependência da economia brasileira em relação ao mercado externo. Só no ano passado, foram necessários U$ 25 bilhões de recursos novos para compensar a diferença entre a entrada e a saída de divisas. Segundo o consultor, esse é um dinheiro muito dependente da credibilidade do Brasil no exterior e do ânimo dos investidores nos seus países de origem. "Por isso, garantida a estabilidade interna, pelo menos três fatores externos podem afetar esse ânimo em 2001: o preço do petróleo, o crescimento da economia dos EUA e a crise da Argentina". Se não houver problemas ou surpresas relativamente a essas variáveis, as boas perspectivas para o Brasil têm todas as chances de se confirmar.
Uma antiga inimiga dos brasileiros deve continuar sem apresentar grande perigo. A expectativa é que a inflação termine o ano 2001 na casa dos 4%, dentro da meta de controle estabelecida pelo Banco Central. Outra tendência deve ser mantida com a queda dos juros. A taxa Selic (administrada pelo Banco Central) descontada da inflação deve ficar no patamar de um dígito (menos de 10% ao ano). "Em relação ao câmbio, o valor do dólar comercial oscilará durante o ano de acordo com a oferta e a demanda mas, no final, sua variação ponta a ponta deve acompanhar a inflação", prevê. Por fim, o crescimento do PIB deve ser maior do que o verificado em 2000 e situar-se em torno de 4,5%, um passo importante para a consolidação do crescimento sustentado (6% ou 7% ao ano por vários anos seguidos), essencial para o País.
Além do desafio econômico, Francisco lembra que o Brasil tem sérios problemas internos a serem resolvidos. Nossa dívida social - onde somos campeões de desigualdade, com uma das piores distribuições de renda do planeta - exige ações concretas que possam, ao menos minimizá-la. Caso contrário, conseqüências perversas dessa realidade, como a segurança crítica, a criminalidade e o risco de descontrole social só tendem a aumentar. "Temos ainda muito trabalho a fazer por que embora o crescimento sustentado seja uma condição necessária, não é suficiente".
Com as boas perspectivas para 2001, a coluna Desafio 21 aproveita para desejar aos seus leitores um ano novo com muito sucesso, felicidades e realizações. Muitos bons desafios para todos no século 21!
Para Francisco, o que pode colocar em risco a materialização deste cenário otimista é a grande dependência da economia brasileira em relação ao mercado externo. Só no ano passado, foram necessários U$ 25 bilhões de recursos novos para compensar a diferença entre a entrada e a saída de divisas. Segundo o consultor, esse é um dinheiro muito dependente da credibilidade do Brasil no exterior e do ânimo dos investidores nos seus países de origem. "Por isso, garantida a estabilidade interna, pelo menos três fatores externos podem afetar esse ânimo em 2001: o preço do petróleo, o crescimento da economia dos EUA e a crise da Argentina". Se não houver problemas ou surpresas relativamente a essas variáveis, as boas perspectivas para o Brasil têm todas as chances de se confirmar.
Uma antiga inimiga dos brasileiros deve continuar sem apresentar grande perigo. A expectativa é que a inflação termine o ano 2001 na casa dos 4%, dentro da meta de controle estabelecida pelo Banco Central. Outra tendência deve ser mantida com a queda dos juros. A taxa Selic (administrada pelo Banco Central) descontada da inflação deve ficar no patamar de um dígito (menos de 10% ao ano). "Em relação ao câmbio, o valor do dólar comercial oscilará durante o ano de acordo com a oferta e a demanda mas, no final, sua variação ponta a ponta deve acompanhar a inflação", prevê. Por fim, o crescimento do PIB deve ser maior do que o verificado em 2000 e situar-se em torno de 4,5%, um passo importante para a consolidação do crescimento sustentado (6% ou 7% ao ano por vários anos seguidos), essencial para o País.
Além do desafio econômico, Francisco lembra que o Brasil tem sérios problemas internos a serem resolvidos. Nossa dívida social - onde somos campeões de desigualdade, com uma das piores distribuições de renda do planeta - exige ações concretas que possam, ao menos minimizá-la. Caso contrário, conseqüências perversas dessa realidade, como a segurança crítica, a criminalidade e o risco de descontrole social só tendem a aumentar. "Temos ainda muito trabalho a fazer por que embora o crescimento sustentado seja uma condição necessária, não é suficiente".
Com as boas perspectivas para 2001, a coluna Desafio 21 aproveita para desejar aos seus leitores um ano novo com muito sucesso, felicidades e realizações. Muitos bons desafios para todos no século 21!