As mudanças no ambiente corporativo estão transformando o perfil de uma profissional presente praticamente em todas as organizações - a secretária. Se antes limitavam-se a cumprir ordens e cuidar da agenda do chefe, hoje elas assumem um papel cada vez mais estratégico, desempenham funções de assessoria e coordenação, incorporando uma postura mais executiva. Em muitas empresas, a função de secretária é apenas o primeiro passo de uma carreira promissora, que pode evoluir para a promoção a cargos gerenciais. Mas nem todas as profissionais estão atentas à essa nova realidade. "O grande desafio que se coloca hoje à secretária é repensar o seu papel e suas competências, adequando-se a essa nova demanda", diz a consultora Elane Cabral, da Agilis, empresa integrante da Rede Gestão.

Atender telefone, marcar compromissos ou selecionar correspondência estão longe de ser as principais atribuições dessa nova profissional. Para Elane, a secretária deve preocupar-se em desenvolver suas competências para tornar-se essencial. "Ela precisa complementar o seu chefe e não apenas assessorá-lo." Se o gerente solicita algum tipo de informação, por exemplo, a secretária deve ser capaz de analisar criticamente essa demanda, avaliar que tipo de resposta é a mais adequada e oferecer ao executivo respostas que efetivamente o ajudem na tomada de decisões gerenciais. "Ela deve questionar e inovar constantemente."

O ideal é que a secretária tenha uma profunda afinidade e identificação com o seu gerente. Isso fará com que ela seja capaz de compreender o seu timing e atuar de maneira a complementar suas competências. Além dessa nova postura, a secretária deve dominar completamente algumas habilidades necessárias à sua função, como excelência no atendimento aos diversos tipos de clientes, organização de arquivos e redação empresarial.

Para Elane, é importante que a secretária procure sempre desenvolver algum tipo de diferencial, invista no seu marketing pessoal, desenvolva competências que a tornem profissional de importância estratégica para a organização. "São profissionais com esse perfil que têm lugar garantido no futuro", afirma a consultora.

Rosângela Mendonça, secretária da diretoria da Norclínicas, é um exemplo dessa nova realidade. Estudante de Letras, ela sempre se interessou pela área de comunicação da empresa, colaborando com o planejamento das ações do setor e coordenando a produção do jornal interno. Há dois meses, foi promovida à função de supervisora de comunicação. "Se você investe nas suas habilidades e competências em vez de limitar-se a atender telefone e servir cafezinho, suas chances de crescimento profissional são bem maiores", assegura.