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Incorporando a Responsabilidade Social à Estratégia da Empresa

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Publicado em Sun Jan 23 21:54:00 UTC 2005 - Edição 330

Aumento sistemático da concentração de renda, da exclusão social e da degradação do meio ambiente. Esses problemas, presentes em escala mundial, podem ser vistos com todas as suas danosas conseqüências no Brasil. São provas incontestáveis de que não pode haver equilíbrio entre a promoção do desenvolvimento econômico e a promoção do desenvolvimento social.

 

Diversos movimentos surgiram, e as pressões para mudança desse panorama são crescentes. Se no passado a preocupação com a preservação do meio ambiente, por exemplo, era restrita a grupos de militantes ecológicos, hoje há uma consciência coletiva de que não é mais possível crescer sem respeitar a natureza. Os consumidores estão mais conscientes; e as legislações, cada vez mais exigentes e atentas aos impactos ambientais causados pelo desenvolvimento.

 

Contudo, a quem compete a promoção da eqüidade social? Hoje, a temática de responsabilidade social empresarial traz à tona a discussão de que a preocupação e o compromisso com a questão social devem sair do âmbito exclusivo do governo para se tornar responsabilidade, também, de quem produz a riqueza das nações — no caso, as empresas.

 

Esse entendimento parte do pressuposto de que a ampliação de mercado exige ampliação de consumidores. Assim, é preciso criar oportunidades de inclusão social e econômica, pois o futuro dos negócios está atrelado à capacidade de consumo por parte da população.

 

Hoje, quatro temas básicos estão profundamente atrelados à gestão empresarial: Meio ambiente/Ecologia; Saúde e Bem-estar; Diversidade e Direitos Humanos; e Comunidades. As empresas que ainda não incorporaram esses temas à sua estratégia, mas que pretendem ser agente de uma nova cultura empresarial e contribuir para a mudança social, devem aproveitar o momento de realização do planejamento para o ano que se inicia e refletir. Tratar esses temas sob uma ótica profissional, avaliando cuidadosamente a possibilidade de incorporá-los à estratégia da empresa.

 

Independentemente da incorporação ou não na estratégia, a própria reflexão sobre o tema já traz à gestão alguns benefícios, como a atualização dos valores e princípios de atuação da empresa no mercado e a discussão sobre a qualidade da relação da empresa com o meio ambiente e os seus diversos públicos: colaboradores internos, fornecedores, clientes, acionistas, governo, comunidade.

 

Hoje, cada vez mais, a empresa é resultado da forma com que ela interage com seu público interno, clientes, fornecedores, mercado, meio ambiente e sociedade. Quem sair na frente e transformar essa evidência em vantagem competitiva só terá a ganhar.


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