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A contabilidade e as reorganizações empresariais

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Publicado em Sun Oct 03 11:32:00 UTC 1999 - Edição 55
No atual modelo econômico mundial, onde a competitividade é inevitável, as empresas devem estar preparadas para a globalização. Desse modo, as fusões, incorporações e cisões são cada vez mais comuns e necessárias. Como ficam os Princípios Fundamentais de Contabilidade nesse contexto?

Uma entidade é um organismo vivo e, a princípio, não há motivo para se supor que terá uma morte em um espaço curto de tempo. Até que surjam fortes evidências do contrário, a entidade estará viva por um período de tempo indeterminado. Eis o Princípio da Continuidade.

Mas esse Princípio tem outro sentido mais profundo que é o de encarar a entidade como algo capaz de produzir riqueza e gerar valor continuamente, sem interrupções. Desse modo, o exercício financeiro mensal ou anual, na realidade, é uma necessidade de se parar e ter conhecimento dos resultados da empresa de tempos em tempos. Mas as atividades da entidade estão em funcionamento contínuo: do processo de financiamento ao de estocagem de fatores de produção (matérias-primas, insumos, etc.), passando pelo uso desses no processo produtivo, até a venda, que irá financiar novo ciclo e assim por diante.

Quando falamos de reorganizações societárias, temos aparentemente uma nova situação, mas o raciocínio é o mesmo. No caso da cisão, por exemplo, companhias transferem parcelas do seu patrimônio, para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim, ou já existentes, não havendo quebra da continuidade. Isso acontece porque a cindida permanece produzindo riquezas e agregando valor. Com a incorporação ou fusão, a situação não é muito diferente, visto que, como no caso da cisão, não há motivo para julgar que o organismo vivo teve seu fim.

Em reorganizações empresariais, como as citadas acima, não há a morte da entidade; apenas uma transformação do organismo vivo, principalmente porque "a Contabilidade, entre a vida e a morte, escolhe sempre a primeira".

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