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Contabilidade: uma breve viagem no tempo (parte 1/3)

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Publicado em Sun Nov 26 12:52:00 UTC 2000 - Edição 114
Os séculos XV e XVI foram marcados pelas grande expedições rumo ao Oriente. Nessa época, destacavam-se os mercadores italianos, cujo grande percurso foi Marco Pólo (1254-1324). Eles negociavam seus produtos no Levante, especialmente China, Pérsia e Índia, e, com o arrecadado naquelas longínquas regiões, compravam sedas e especarias, as quais, por sua vez, eram vendidas ao chegar à Europa. A contabilidade tinha uma importância fundamental no calculo do lucro esse obtido a partir da diferença das vendas aos clientes e dos custos de compra das mercadorias e de viagens.

Certamente, a ciência da contabilidade mensurava com precisão o desempenho dessas empreitadas comerciais, que tinham inicio e fim bem-definidos. Não é por acaso que cerca de 500 anos atrás foi a Itália o berço dos idealizadores dessas expedições, país no qual o frade veneziano Luca Pacioli descreveu as noções básicas do sistema de partidas dobradas, conceito até hoje largamente adotado na contabilidade.

Outro grande passo no desenvolvimento da ciência contábil deu-se após a Revolução Industrial, ocorrida entre 1780 a 1840, em que, pela primeira vez na história, um país, a Inglaterra no caso, se transformou de sociedade feudal-mercantil, com economia eminentemente agrária, numa sociedade industrial caracterizada pela produção em massa, mediante a utilização crescente das máquinas.

A Revolução Industrial levou a grandes transformações nas relações entre capital e trabalho. Grandes proprietários passaram a investir montantes significativos de recursos financeiros, e empregados, a ser contratados a longo prazo e não mais por períodos definidos, como na época das expedições.

As novas hierarquizadas organizações, voltadas para a produção de um único bem, começam a adotar novos conceitos de gerenciamento. Essas entidades se preocuparão com o sucesso continuo a longo prazo.

As recentes demandas por informações contábeis fizeram com que medidas fossem adotadas para aumentar a eficiência do gerenciamento, primeiramente das industrias têxteis, depois das primeiras ferrovias e, na segunda metade do século XIX, das siderúrgicas.

Passou-se a mensurar os custos de produto acabados a partir da mão-de-obra diretamente envolvida na produção, pela matéria-prima e outros custos indiretos de fabricação, permitindo, assim, uma "precificação" mais justa desses produtos. A ciência contábil crescia em harmonia com os avanços da tecnologia.

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